Um homem precisa viajar


Foto acima: Tomando sopa, dentro de uma cabana de “totora” em uma das ilhas flutuantes dos Uros no lado peruano do lago Titicaca; no pulso direito, meu último relógio, que, inclusive, presenteei um dos nativos.

Sou um buscador, um guerreiro do coração e gosto muito de algumas frases de autores conhecidos. Todos eles falam sobre busca, renascimento, novo e velho, vida e morte; falam da necessidade que nós seres humanos temos de nos renovarmos a cada dia, a cada momento, a cada instante. Afinal de contas, vida é movimento.
Tem três comentários, um do escritor lusitano José Saramago, outra do também poeta português Fernando Pessoa, e o última do nosso navegador solitário que gostaria de repassar neste momento.
Diz Fernando Pessoa: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares”. Para ele, esse é o tempo da travessia. Contudo, lembra Fernando pessoa, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
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Deixe a raiva secar


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.

No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.

Júlia então, pediu a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.

Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:

– Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo?Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.

Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações. Mas a mãe, com muito carinho ponderou:

– Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra o que a vovó falou?
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