Se você quer passar um Réveillon diferente neste ano. Se você, além disso, procura por um local com uma programação envolvendo desde passeio a cachoeira a trabalho na terra, de música a poesia. Se você que iniciar o ano novo em recolhimento fazendo uma limpeza no corpo e na alma, além de reservar um tempo para o silêncio. Pronto! Não precisa mais procurar. Você encontrou: venha para o Réveillon no espaço Oikos (ReveillOikos), em Criciúma, SC.
Mais detalhes, acesse: https://oikos.org.br/programacao/retiro-de-fim-de-ano/
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Fim de ano. Fim?
(*) MHANOEL MENDES
O melhor réveillon nesta minha existência de quase 48 anos – completo agora no Natal – foi quando passei numa caverna em baixo da terra denominada “Lar de Meditação”, construída no Oikos, em Criciúma. Estava em solitude, não sozinho.
Dia 31/12. Eram oito da noite quando me recolhi pra dentro do espaço que ficava a quase dois metros de profundidade e que sua abóboda era suportada por uma simples construção em ferrocimento. Acima desta, terra, grama e mato.
Além da porta, que se abria para o norte, tinham três pequenas janelas que davam para os outros três quadrantes: sul, leste e oeste. Aproveitei estes quatro pontos referenciais e, a cada hora, acendia uma vela como se iluminassem os arquétipos das quatro direções: direção norte, elemento ar, e o arquétipo é do guerreiro; sul: curador, terra; leste: fogo, visionário; oeste: água, mestre.
Estava num local simples, sem bebedeiras, sem comilanças, sem fogos de artifício – só uma pequena fogueira – e ostentações. Sem egoísmo, sem status, estava comigo. Chorei, cantei, meditei, orei, refleti.
Depois de uma noite terna e intensa, adormeço ali e durmo um sono leve e libertador. Acordo com uma alegria indizível, comparada a da criança que dorme pela primeira vez na casa da árvore.
No outro dia, ainda antes do sol do novo ano “dar as caras” olho silenciosamente para os pássaros que cantam, para as flores que já exalam seus doces perfumes, para as árvores com suas folhas orvalhadas, enfim, olho pra natureza. De tudo aquilo, não recebi nenhum “feliz ano novo!”
Percebi que para as árvores, não existe fim de ano. Para os pássaros, não há recomeço. Para a flores não se aplica o arrependimento. É tudo uma jornada só de ida neste plano dual com infinitas possibilidades.
Feliz ano novo! Novo? Talvez feliz tudo pra você sempre, independentemente do mês e do dia do ano. Afinal de conta, a felicidade não é um lugar, a felicidade é o caminho.
(*) Mhanoel Mendes, psicólogo, consultor nas áreas de ecossustentabilidade e promoção de gente, escritor e palestrante (www.oikos.org.br)